Centrais de negócios e franquias e são alternativas eficazes na redução dos riscos de novos negócios e na manutenção da competitividade em empresas com mais tempo de mercado.
Primeiramente, três em cada dez brasileiros adultos entre 18 e 64 anos possuem uma empresa ou estão envolvidos com a criação de um negócio próprio. Em dez anos, a taxa total de empreendedorismo no Brasil aumentou de 23%, em 2004, para 34,5% em 2015. Os dados são da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), feita no Brasil pelo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP). Neste contexto, metade dos empreendedores abriu seus negócios há menos de três anos e meio. No entanto, esse movimento não veio apenas pelo apetite de ter o próprio negócio mas, em parte, como consequência do desemprego.
Segundo o consultor Adriano Dienstmann além de investir no próprio negócio, os empreendedores devem se preocupar com a sua perenidade. “O sucesso está relacionado ao nível de conhecimento e preparo do executivo para gerenciar o negócio”, explica. Para ele, as franquias e as centrais de negócios são duas alternativas que envolvem o processo do associativismo e podem ser eficazes na redução dos riscos de novos negócios e na manutenção da competitividade em empresas com mais tempo de mercado.
Conheça as principais diferenças entre centrais de negócios e franquias
CENTRAIS DE NEGÓCIOS
É um formato associativo que reúne empresas independentes numa associação sem fins lucrativos para desenvolver coletivamente estratégias competitivas e soluções de interesse econômico com o objetivo de promover e ampliar o acesso ao mercado.
As centrais de negócios são formadas por pessoas jurídicas consolidadas e tradicionais no segmento de atuação. Além disso, não estão focadas apenas em compras coletivas mas também no negócio como um todo, buscando soluções para questões como marketing, capacitação, design das lojas, construção de uma marca única, entre outras. Nessa visão, os associados da central passam a gerenciar um negócio coletivo que se ramifica em lojas de propriedade individual.
Vantagens:
– Autonomia e independência: as associações são organizações autônomas de ajuda mútua, controladas e gerenciadas pelos seus membros;
– Processo decisório participativo: todos são iguais, as decisões são democráticas e coletivas;
– Economia de escala: compras conjuntas, marketing compartilhado, treinamento e desenvolvimento;
– Investimento compartilhado: os custos mensais de manutenção da central são muito baixos em relação ao faturamento dos associados. Ela não tem a finalidade de lucro.
– Educação, formação e informação: a construção de soluções compartilhadas, troca de experiência e das boas práticas geram união, criam vínculos sólidos e diminuem os riscos;
– Flexibilidade no gerenciamento do ponto de venda: o associado possui forte identidade com a comunidade e funcionários e está presente no dia a dia da operação.
Desvantagens:
– Processo decisório lento: em função do processo participativo;
– Legislação flexível: não há legislação específica que regula o associativismo econômico;
– Baixo grau de padronização: tanto no mix de produtos, condições de pagamento, atendimento, fachadas e layout do PDV;
– Instrumentos normativos e de controle flexíveis, o que dificulta a punição dos
oportunistas.
FRANQUIAS
Franquia ou franchising é um sistema de venda de licença, na qual o franqueador (o detentor da marca) cede ao franqueado (o autorizado a explorar a marca) o direito de uso da sua marca, patente, infraestrutura, know-how e distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços.
O franqueado investe e trabalha na franquia e paga parte do faturamento ao franqueador sob a forma de royalties. Logo, este modelo é indicado para empreendedores iniciantes ou com pouca experiência no segmento de atuação
Vantagens:
– Iniciar um negócio contando com a credibilidade da marca do franqueador;
– Contar com o know-how e apoio do franqueador;
– Existência de um plano de negócio que reduz o risco do investimento;
– Economia de escala: compras, propaganda e investimento nos ativos fixos, como máquinas, equipamentos e instalações;
– Independência jurídica e financeira franqueador e franqueado;
– Legislação específica que regula a relação entre as partes.
Desvantagens:
– Investimento inicial elevado envolvendo taxas de franquia, reformas, instalações, equipamentos e estoque inicial;
– Custo mensal elevado envolvendo royalties e fundo de propaganda;
– Pouca flexibilidade do franqueado: o sistema é formatado para monitorar e controlar as operações do franqueado com o objetivo de manter os padrões da marca;
– O risco de ocorrência de falhas no sistema do franqueador pode impactar negativamente no
abastecimento do franqueado;
– Localização forçada: o franqueador determina onde localizar o negócio;
– Legislação que favorece o franqueador: pequenos deslizes podem inviabilizar a operação do
franqueado;
– Processo decisório unilateral: o franqueador determina as regras da operação sem ter que consultar os franqueados.