Como formar equipes de alta performance? O papel do gestor é fazer com que as pessoas trabalhem entusiasticamente para fazer melhor aquilo que já fazem bem, ou que tem competência para fazer bem.
Provavelmente o tema liderança seja um dos mais estudados no mundo acadêmico e que possui o maior volume de literatura disponível. Mas qual a razão de tanta atenção para este tema? Simplesmente porque por trás dos grandes feitos da humanidade sempre existe um grande líder.
Nenhuma inovação, seja do mundo empresarial ou político, aconteceu sem ser capitaneada por líderes com visão de futuro e capazes de inspirar pessoas para trabalharem entusiasticamente para transformar ideias em realidades para formar equipes de alta performance.
Líderes de alta performance são “joias” raras, tanto na política como no mundo organizacional. Um exemplo é a crise de liderança no Brasil, que explica o momento caótico que estamos vivendo na política nacional. No mundo empresarial não é diferente. Empresas longevas e sustentáveis também são raras, conforme comprovam os estudos de Jim Collins e Jerry Porras publicados no livro “Feitas para Durar”.
Recentemente em seu livro “Empresas Feitas para Vencer” (leia a resenha clicando aqui), Jim Collins fez uma comparação direta do porquê de algumas empresas terem se tornados excelentes, mesmo em condições adversas, enquanto outras em situações semelhantes não conseguirem o mesmo resultado. O autor concluiu que o diferencial está nas lideranças.
Equipes de alta performance
Nas empresas de sucesso, os líderes utilizam os princípios da liderança servidora. Por isso eles concentram seu esforço na formação de pessoas melhores do que eles próprios, que querem o melhor para empresa e não para si próprio.
No Brasil, de acordo com o banco de dados da Muttare, empresa de consultoria de gestão, nos últimos cinco anos foram avaliados quase 1.700 gestores. Entre os resultados, podemos destacar (em uma escala que vai até 100% de uso do estilo) que:
70% dos casos predominam o estilo de liderança modelador: aquele que consegue fazer que seus colaboradores façam suas tarefas da mesma forma como ele faria, não aceitando formas diferentes de execução. Se não consegue convencer o colaborador a fazer do seu jeito, torna- se autoritário;
60% dos gestores predominam o estilo integrador/influenciador: ele procura manter a relação harmoniosa entre pessoas. Com a justificativa de manter um clima agradável em sua área, evita o conflito a todo custo, coloca “panos quentes” em situações que demandariam um posicionamento, e como “protege” os seus colaboradores de pessoas ou situações “ruins”, sua equipe tem grande dificuldade de crescer na organização;
Com esses resultados, podemos afirmar que o modelador cria clones, evitando a inovação, e o integrador/influenciador cria “aleijados” que não pensam por si. Os dois combinados fazem um grande estrago nas organizações. Esses estilos não agem com foco na visão de futuro da organização nem de acordo com os valores dela, e sim por interesses próprios. Colocam a si em primeiro lugar.
Pessoas certas nos lugares certos
Portanto, a grande questão a ser enfrentada nas organizações é colocar as pessoas certas nos lugares certos.
É preciso entender que não existe estilo ruim, mas pessoas nos lugares errados. Mas como romper o círculo vicioso, uma vez que o próprio acionista majoritário escolhe os executivos? Resposta: quem quer ser líder precisa ser humilde e admitir que não é bom em tudo. Através da autoanálise, ele deve identificar as competências que faltam e permitir que outras pessoas ocupem estes espaços. Desta forma, ele formará e gerenciará uma equipe de alta performance capazes de potencializar as competências complementares.
O papel do gestor é fazer com que as pessoas trabalhem entusiasticamente para fazer melhor aquilo que já fazem bem, ou que tem competência para fazer bem.