Meddir o impacto e eficiência nas Organizações da Sociedade Civil (OSCs) é essencial para garantir transparência e atrair investimentos socioambientais, mas ainda enfrenta desafios estruturais no Brasil.
As Organizações da Sociedade Civil (OSCs) frequentemente estruturam seus indicadores para atender às exigências dos investidores socioambientais e garantir a captação de recursos. Contudo, a pandemia de Covid-19 evidenciou ainda mais as desigualdades sociais no Brasil, levando investidores – empresas, institutos corporativos e órgãos governamentais – a justificar os aportes financeiros em ações sociais.
O Marco Regulatório do Terceiro Setor (Lei nº 13.019/2014) reforçou a importância da mensuração de impacto, eficiência e efetividade das OSCs. No entanto, a Rede Filantropia aponta que a maioria das mais de 820 mil OSCs brasileiras ainda carece de ferramentas adequadas para planejamento, monitoramento e avaliação de resultados. Essa lacuna dificulta a comprovação do impacto real de projetos e programas.
O desafio da gestão e qualificação nas OSCs
Para que a avaliação de impacto se torne uma prioridade, é essencial superar barreiras culturais. Muitas lideranças e colaboradores das OSCs são profundamente engajados com suas causas, mas muitas vezes carecem de conhecimentos práticos sobre gestão organizacional. Assim, os indicadores acabam sendo usados apenas para garantir recursos, e não para aprimorar a transparência e a eficiência das operações.
Três grupos de indicadores para avaliação de impacto
Para estruturar uma gestão eficiente, é fundamental desenvolver três grupos de indicadores:
- Indicadores de Efeito – Avaliam o ambiente em que a OSC está inserida, analisando território, cultura e necessidades da população. O resultado é um diagnóstico inicial (“marco zero”) e a definição de objetivos e metas a serem alcançados.
- Indicadores de Eficiência – Monitoram a execução dos processos, verificando se os métodos aplicados estão sistematizados e otimizados. Permitem identificar desvios e ajustar estratégias para melhorar a gestão.
- Indicadores de Efetividade – Medem o impacto real dos projetos na comunidade e na sustentabilidade da causa. O foco é avaliar se as ações promovem mudanças significativas e duradouras.
Da mensuração à tomada de decisão estratégica
Apesar da importância dos indicadores, a prática revela que poucas OSCs conseguem monitorar o impacto de suas iniciativas. A maioria se concentra na mensuração de resultados, enquanto poucas avaliam processos e menos ainda analisam impactos de longo prazo.
Para transformar números em insights estratégicos, as OSCs precisam adotar uma cultura de monitoramento e avaliação contínua. A análise de dados deve ser utilizada para embasar a tomada de decisões e garantir maior transparência, eficiência e impacto social em suas ações.
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