A sucessão familiar é uma questão que não se soluciona de uma hora para a outra e requer experiência e suporte. Para que se evitem transtornos, as redes precisam ter traçados seus planos de sucessão.
Quando chega a hora de fazer a sucessão familiar dentro da empresa, quais são os critérios que podem determinar se os herdeiros têm condições para assumir o negócio? Além disso, o que deve ser feito quando o empresário não tem herdeiros naturais ou, ainda que os tenha, eles não se interessam pelo negócio, porque trilharam outras carreiras profissionais?
Assim, a questão da sucessão familiar nas lojas ligadas às redes empresariais é ampla e muitas estão quebrando a cabeça porque não se prepararam antecipadamente para a aposentadoria ou até a desistência de seus associados.
Quando há herdeiros dispostos a assumir o negócio, tudo pode ser mais simples, se a rede implantar um programa de sucessão.
A intenção é que herdeiros, sejam eles filhos, parentes ou até pessoas de confiança, que se tornem sócias do associado, sejam preparados para assumir a(s) unidade(s), com um trabalho intenso de desenvolvimento de competências que permitam que o negócio continue se desenvolvendo e, quem sabe, se perpetue.
Sucessão familiar na Wizard
Quando Cesar Almeida, 72 anos, deu os primeiros sinais de que viria a se afastar do comando das franquias Wizard, seu filho, André, já sabia o que o esperava. Durante 12 anos ele foi preparado para esse momento. Único filho homem, André mal teve tempo de desarrumar as malas depois de uma temporada de estudos em Sacramento, Califórnia. Logo foi recrutado pelo pai para ajudar na empreitada.
Nas duas unidades da família ele percorreu todos os departamentos: recepção, comercial, financeiro e contabilidade. Conheceu cada área do negócio e tomou gosto. A história de Cesar e André é uma amostra de um desafio que atinge as empresas brasileiras, sejam redes de negócios ou franquias, já que o primeiro grande ciclo de sucessão dos franqueados já começou.
No caso das franquias, o assunto é ainda mais complexo pois o contrato prevê que, se o gestor falecer ou ficar incapacitado, seus herdeiros terão de passar pelo criterioso processo de seleção da franqueadora para assumir o negócio.
Não havendo essa possibilidade, a(s) loja(s) deste associado deve(m) se manter em boas condições para que o negócio torne-se um ativo para uma venda futura.
Dicas para uma sucessão tranqüila:
– Introduza os filhos desde cedo na operação, para avaliar se eles têm espírito empreendedor e talento para a gestão.
– Se nenhum deles tiver o perfil para assumir o negócio, indique outro gestor, como um gerente, por exemplo.
– Comece a treinar seu sucessor com antecedência. O ideal é que o herdeiro se envolva com as operações pelos menos um ano antes.
– No caso das franquias, verifique se a rede tem algum programa ou curso voltado para a sucessão.
– Convide seus filhos para participar das convenções de franqueados, para que eles se familiarizem com a rede.
De qualquer maneira, a sucessão é uma questão que não se soluciona de uma hora para a outra e requer experiência e suporte. Por isso, para que se evitem transtornos, as redes precisam ter traçados seus planos de sucessão, tanto para apoiar os associados que tanto contribuíram para o sucesso do negócio quanto para continuarem operando seus negócios de maneira saudável.
(Fonte: Associação Brasileira de Franchising e Revista PE&GN)